quarta-feira, 17 de julho de 2013

Pronto é Mais Fácil e Mais Caro


 Da esquerda à direita: Lucho González, Scocco e Saviola

   A mentalidade colonial portuguesa ainda impera no Brasil.  Ideias, mercadorias, cultura, pessoas do exterior possuem grande valor em detrimento das nacionais. Não diferente disso, nosso futebol exala essa essência lusitana: comprar pronto ou ao invés de produzir.
   O que adquirimos pronto? Jogadores argentinos. Se vestiu a camisa da seleção, marcou gols no Apertura/Clausura ou recebeu elogios da crônica esportiva hermana então, será alvo de propostas de clubes brasileiros. Caso contratado, assumirá lugar de destaque por aqui.
   E quanto aos garotos oriundos das categorias de base? Com o discurso de temor em serem "queimados", raramente, são utilizados. Em contrapartida, quando uma equipe enfrenta adversas situações financeiras, os jovens tornam-se os protagonistas. A grande maioria dos dirigentes daqui não são formados de forte personalidade e se rendem à pressão da torcida por títulos. Por isso, gastam suntuosos empréstimos em contratações em busca de taças. Não aguardam com cautela a maturidade de uma atleta. Os cartolas esquecem-se se um desses jovens for vendido, o valor recebido pode compensar o tempo esperado. Devido a esse desinteresse, vemos as categorias juniores e juvenis das agremiações sendo, praticamente, vendidas a empresários. E os times, gradativamente, mais paupérrimos.


   Os argentinos nos ensinarão a conquistar o Hexacampeonato Mundial?


Colunista: Pedro Silveira
Twitter: @PedroSilveira7




sábado, 6 de julho de 2013

Redução do Brasileirão




   Quando um garimpeiro encontra a almejada pedra preciosa, é imensa a satisfação. Tanta espera valoriza ainda mais o achado. Algo raro elimina a monotonia do cotidiano. Um bom e curto evento torna-se esperado ansiosamente pela sua reedição.
   Desde 2003, o Campeonato Brasileiro de Futebol tem duração de maio a dezembro. Tornou-se gigantesco, cansativo e enfadonho. Sempre aos domingos tem jogos. O ano inteiro, praticamente, vemos partidas do mesmo certame. A fórmula de disputa e as cotas de televisão favorecem vencedores, unicamente, dos estados: São Paulo e Rio de Janeiro.
  Na década de 1990, todavia, os estaduais encerravam-se em junho. Ficávamos os trinta e um dias de julho aguardando a vinda do Brasileirão, em agosto. Nessa transição, havia compensação:  alguns clubes realizavam excursões no país ou no exterior e retornavam às suas sedes com os bolsos cheios de receitas. Outros faziam uma pré-temporada para recuperar atletas lesionados e preparar fisicamente o grupo de jogadores. 
   Os estaduais não podem ser extintos. Jamais! Sendo um cidadão interiorano. Certamente, pretendo ver o time da minha cidade vencendo um grande da capital. É tradição histórica. Entendemos que o nacional deve ser reduzido.Trará menos gastos para a CBF e para os clubes. Mais confrontos decisivos, crescimento na média de público. Valorização semelhante a de uma rara pedra preciosa. 



Deixem os Europeus com seus Pontos Corridos!


Colunista: Pedro Silveira
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