terça-feira, 7 de agosto de 2012

Verdadeiros Donos do Futebol Brasileiro

Ilustração: FDEFLAVIO
 No final do século XVIII e início do século XIX, operários europeus destituídos de direitos trabalhistas, ansiosos por transformações radicais na sua realidade, viam a figura do proprietário da indústria, o chefe, como alguém possuidor de poder absoluto e incontestável: empregavam e pagavam os salários. Todavia Karl Marx, através da ideia de Consciência de Classe, panfletada e difundida nas grandes cidades do Velho Continente, inverteu o campo de visão dos trabalhadores. Demonstrou que o poder estava nas mãos da maioria, dos trabalhadores, e não dos empresários. Poderiam lutar por melhorias, por direitos. Isso futuramente culminou no advento dos sindicatos.
   A perspectiva dos jogadores de futebol no Brasil, também, foi modificada com o passar dos anos. Antigamente, um atleta ficava, totalmente, à mercê das vontades do clube. Atualmente, eles se unem para "derrubar treinadores", para requerer premiação ou aumento da mesma. Os agremiações, hoje, estão à mercê das vontades de seus "operários".  E todas essas vontades são orientadas por seus procuradores, agentes, intermediários, advogados, responsáveis, representantes, empresários. São tantos nomes...
   Esse grupo de orientadores de atletas podem rebaixar ou proporcionar títulos a equipes. Depende do relacionamento daqueles com os diretores dos times. A amizade de um diretor com um orientador pode ocasionar na transferência de um funcionário do instituição A para a B em poucos dias; ou deixar de ir para a B e ir para a C.
   Portanto, o futebol brasileiro é refém desses empresários. Estes, hoje, escolhem para onde seus comandados irão. Muitos clubes poderão ir à falência por não terem bom relacionamento com esses agentes do operariado esportivo. 

Colunista: Pedro Silveira

Twitter: @PedroSilveira7

*Ilustração retirada de http://placar.abril.com.br/materias/os-cinco-donos-do-jogo.html

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