domingo, 16 de março de 2014

Latinos, Sim. Brasileiros, Não.



   O Pentacampeonato de Seleções, as 17 Libertadores e os Mundiais de Clubes não credenciam técnicos brasileiros a trabalharem nas competições mais organizadas do planeta, as da Europa. Analisando todos os times das Primeiras Divisões das principais ligas desse continente, encontramos, somente, comandantes de países latinos: 2 uruguaios, 3 argentinos, 1 chileno e 1 mexicano.
    Além-mar, os nascidos aqui restringem-se a assumir cargos no Oriente Médio e Japão. Por que não nos clubes da UEFA?  Diante desse dilema, elencamos algumas questões: 

  • Será que Luiz Felipe Scolari, Carlos Alberto Parreira e Vanderlei Luxemburgo mancharam a imagem dos técnicos brasileiros no exterior?
  • Vizinhos latinos são mais competentes?
  • Os nossos títulos devem, unicamente, ao talento dos jogadores?

   Tim Vickery¹ tece uma perspectiva acerca desse tema:

"Há poucos elementos na sociedade brasileira que podem preparar um técnico para lidar com tamanha diversidade. Para aqueles que foram criados em uma visão mundial em que a população toda é dividida apenas entre "brasileiros" e "gringos", pode ser difícil entender as nuances envolvidas ao lidar com jogadores da África, do leste europeu e das Américas, todos no mesmo vestiário. Isso torna mais difícil a tarefa do técnico brasileiro de exercitar sua especialidade, que é transformar o grupo de jogadores em uma "família". Depois de deixar o Chelsea, Felipão lamentou que a relação dele com alguns jogadores nunca ultrapassou o profissional. Ele buscava mais. Talvez os jogadores não estivessem procurando pela figura de um pai."²

   Esta é a leitura de um europeu sobre nossa cultura. Para ele, não sabemos lidar com estrangeiros, com a diversidade. Na contramão disso, o pai é uma figura que comanda e dá a última palavra. Ele decide e interfere na vida privada. Todavia, a mentalidade do Velho Continente é democrática e a assegura a privacidade, ou seja, todos decidem, todos participam e todos sabem separar o público do privado.
   Se houver uma mudança na postura de nossos treinadores, nosso futebol deixará de ser brasileiro?   



1. Jornalista inglês da BBC de Londres. Vive desde 1994 no Brasil.
2.Texto de http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/03/140312_tecnicos_brasileiros_tim_vickery_rm.shtml



Colunista: Pedro Silveira
Twitter:@PedroSilveira7
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2 comentários:

  1. ótimo recorte, e pertinente o debate...

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  2. Somos os melhores do PLANETA, sempre copiados pelo os EUROPEUS, não capacidade tecnica, que faz com que BRASILEIROS se distanciam da DIREÇÃO TECNICA DE CLUBES EUROPEUS, o problema é cultural e as vezes nos centro de mais poder financeiro que é reduzido a uma ou duas equipes, mesma coisa AKI na AMERICA DO SUL, onde os EUROPEUS TB. não mostra força e competencia para dirigir times brasileiros qdo contratados, outra cultura no futebol, WANDERLEY qdo chegou ao REAL MADRI os atletas tb. boicotaram devido ao TREINAMENTOS EM DOIS PERIODOS E NÃO QUE ELE NÃO TINHA COMPETENCIA, la tb. tem as PANELAS, veja o ETO saiu do BARCELONA, devido panelas, de não passar a bola, futebol é dificil em qualquer lugar, veja entrevista de WILSON PIAZZA no jornal o POPULAR , para deduzirmos o que somos no futebo e que precisamos, para sempre sermos os melhores.ABRAÇO do TECNICO DOS TECNICOS.

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